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Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007

A Almirante Reis




O "Global Notícias" de segunda trouxe uma reportagem de Ricardo J. Rodrigues sobre a Almirante Reis. O texto centra-se na ideia de que é um mundo de mundos - a "avenida dos freaks, dos toxicodependentes, das prostitutas e dos sem-abrigo, tanto quanto dos estudantes universitários, das senhoras de bem, das comunidades imigrantes, das famílias tradicionais". Conheço relativamente bem a Almirante Reis - a zona da Portugália, sobretudo (vivi na Estefânia). É, de facto, tudo isso que o Ricardo J. Rodrigues diz. Apesar de ter essa dimensão inter-classista, a Almirante Reis é sobretudo o seu lado sujo, dirty, com lojas sem qualquer glamour e gente com poucos dentes. Digamo-lo assim: se a Lapa são os tios, a Almirante Reis são os arrumadores. De vez em quando, a avenida vem à baila em conversetas de ocasião com amigos e conhecidos e percebe-se que é um sítio muito mal amado. Causa mesmo repulsa àqueles que habitam zonas mais nobres da cidade. Eu, confesso, sinto-me próximo da Almirante Reis. Há, é claro, um lado de memória nisto. Não sou imune à fealdade do espaço (mais evidente em dias de mau tempo) mas é um sítio que me é chegado, quase confortável - na medida em que uma casa, por menos condições que tenha, torna-se confortável ao fim de um tempo de a habitarmos. A literatura também tem importância na história. Algumas das melhores coisas que Cardoso Pires escreveu (facto lembrado por Ricardo J. Rodrigues) têm como coração a Almirante Reis do seu tempo de rapaz, com os seus personagens rufientos, com as festas nas agremiações, com o snooker. Deixei-me envolver por esse ambiente humano. Tal como me deixei envolver pelo ambiente humano da zona de Belém, com os miúdos agarrados aos eléctricos e disputas pela liderança do grupo,  que atravessava as histórias da infância do meu avô.
Ia falar agora da Morais Soares mas deixo isso para outro post.
publicado por Nuno Costa Santos às 22:23
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